Vacina VSR (Vírus Sincicial Respiratório – Arexvy®/Abrysvo®)
A vacina contra VSR (vírus sincicial respiratório) é uma novidade no campo das imunizações, destinada a prevenir infecções graves do trato respiratório causadas por esse vírus. O VSR é conhecido por ser a principal causa de bronquiolite e pneumonia em bebês pequenos e também um patógeno relevante em idosos (assim como a gripe). Em 2023, foram aprovadas as primeiras vacinas para VSR no mundo. No Brasil, temos duas vacinas disponíveis: Arexvy® (GSK) e Abrysvo® (Pfizer), cada uma com indicações específicas.
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Protege contra: a doença do trato respiratório inferior pelo VSR, ou seja, formas graves de infecção pulmonar por VSR, que levam a hospitalização. Em idosos, reduzem pneumonia e exacerbação de doenças pulmonares. Em bebês, a estratégia vacinal é indireta: vacinando a gestante, os anticorpos passam para o bebê (proteção passiva)familia.sbim.org.br. Estudos mostram eficácia acima de 80-90% contra casos graves em adultos vacinados na primeira temporada de VSR.
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Indicação:
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Arexvy®: indicada para idosos a partir de 60 anos de idade. Principalmente recomendada àqueles com comorbidades (doença cardíaca, pulmonar, diabetes, imunossuprimidos), mas nos EUA e Europa a indicação abrange todos ≥60.
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Abrysvo®: indicada para idosos (60+) e gestantes. Em gestantes, é aplicada preferencialmente no 3º trimestre (após 28 semanas) para proteger o recém-nascido nos primeiros 6 meses de vida. Abrysvo® também foi licenciada para adultos a partir de 18 anos com condições de risco (embora não de uso rotineiro tão amplo quanto ≥60).
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Esquema vacinal: Dose única (tanto para idosos quanto gestantes).Não há, até o momento, recomendação de reforço anual – a proteção tem se mostrado duradoura por pelo menos duas temporadas de VSR. Entretanto, como o VSR circula sazonalmente, é possível que futuramente orientem revacinação após 2 anos ou mais, mas isso segue em estudo. Por enquanto, toma-se uma vez e aguarda-se orientações. Gestantes devem repetir em cada gestação para proteger cada novo bebê (similar à dTpa).
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Observações: Essas vacinas são recombinantes (de subunidade protéica, com adjuvante no caso da GSK), então não contêm vírus vivo – ou seja, podem ser aplicadas em imunodeprimidos. Para bebês, além da vacina materna Abrysvo®, existe um anticorpo monoclonal (nirsevimabe) aplicado no recém-nascido para proteção direta – não é vacina, mas complementa as estratégias. Espera-se grande impacto na redução de internações de lactentes e idosos por VSR nos próximos anos. Após vacinar idosos, ainda recomenda-se manter outras medidas respiratórias (higiene, etc.) e acompanhar se surgir recomendação de dose de reforço futuramente. Os efeitos adversos observados foram leves/moderados (dor local, fadiga); houve sinal de rara síndrome de Guillain-Barré em pouquíssimos casos pós Arexvy em pesquisas, mas não estabelecido causalidade clara – monitoramento contínuo está em andamento. A SBIm recomenda a vacinação rotineira de idosos, priorizando ≥70 anos e grupos de 50-69 com risco aumentado, dado que ainda é recente e de alto custo.